Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

cidadeagar

UMA NO CRAVO OUTRA NA FERRADURA

cidadeagar

UMA NO CRAVO OUTRA NA FERRADURA

LÉSBICAS QUEIXAM-SE DE PERSEGUIÇÃO

18.03.08, José Rocha

 

 

 Duas lésbicas, Paula Rebeca e Carina Marmelo, dizem estar a ser alvo de perseguição por parte de alguns populares de Viana do Alentejo, onde residem e trabalham há cerca de seis meses. Têm chegado queixas ao Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), entidade para qual trabalha Paula Rebeca, como responsável da igreja do Castelo da Vila, acusando-a de provocações contra a sociedade devido a alegadas cenas íntimas com a companheira em frente à igreja e após celebrações religiosas.

“As intimidades ficam em casa. Nunca demos qualquer beijo na rua e perante as pessoas nem sequer trocamos carinhos”, reagiu Paula, com alguma surpresa. “Sabia que uma vizinha já tinha escrito para o IPPAR a difamar-me. A minha chefe até me confrontou com isso, mas, como achou que não tinha importância, não criou problemas”, diz Paula, de 32 anos, que conheceu Carina, nove anos mais nova, quando residia ainda em Estremoz e trabalhava nas ruínas de Santa Vitória do Ameixial.

Mas as queixas não se ficam só pelo IPPAR. Anónimos contactaram também o CM nos últimos dias a condenar as atitudes das duas mulheres, que vivem na companhia da mãe de Carina. Dizem que as mesmas “são malcriadas” para os populares ou mesmo que “praticam bruxarias”.

“Isso é tudo mentira. Quando chegámos, assumimos a nossa opção sexual perante as pessoas e fomos bem recebidas, mas deve haver alguém que não gosta de nós. Essas pessoas é que se devem assumir”, referiu Carina, que por estar actualmente desempregada, ajuda a companheira nas limpezas do castelo.
Alexandre M. Silva / Pedro Galego

 

 Fonte Correio da Manhã

4 comentários

Comentar post