Assim e, separando essas mesmas notas pela Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia, gostaria de dizer o seguinte:
Câmara Municipal
1º - Partido Socialista reforça a sua votação passando de 52.06% para 60.42%, materializado em mais 103 votos;
2º - Partido Comunista Português perde 340 votos não obstante o apoio de muitos ex-candidatos do Bloco de Esquerda no concelho e deste partido não se ter apresentado a eleições. Passou de 38.23% para 30.98%;
3º - Partido Social Democrata perdeu 48 votos ( cerca de 25% da anterior votação) e passou de 5.67% para 4.67%
4º - Brancos e Nulos passam de 88 para 122 votos o que se traduz num aumento de 27,86%;
5º - Aumento da abstenção, havendo menos 301 votantes relativamente a 2009;
Assembleia Municipal
1º - O PS ganha mais 2 mandatos, passando de 8 para 10;
2º - O PCP perde um mandato, passando de 6 para 5;
3º - O PSD perde o único representante que tinha ( perdeu nesta eleição 40% da massa votante em 2009) e, António Costa da Silva, presidente da estrutura distrital do PSD não é eleito;
4º - Regista-se um aumento de 35% de votos brancos e nulos;
5º - Menos 303 votantes nesta eleição;
Assembleia de Freguesia de Aguiar
1º - Aumento do número de votantes que correspondeu a um aumento da percentagem de 71.74% para 72.14%:
2º - PCP mantém esta freguesia;
3º - O PS subiu também em Aguiar, pese embora em número insuficiente para alcançar a vitória;
4º - Brancos e Nulos quase triplicam;
5º - PSD não apresenta candidatura a esta Assembleia de Freguesia;
Assembleia de Freguesia de Alcáçovas
1º - PSD perde o seu único eleito nesta freguesia;
2º - PS assegura a vitória com maioria absoluta com 5 mandatos contra 4 do PCP;
3º - PCP sobe a sua votação nesta freguesia, provavelmente pela força e naturalidade do candidato João Penetra, almejando conquistar 1 novo mandato, roubado ao PSD;
4º - Aumento dos votos nulos;
5º - O número de eleitores votantes desce de 68.08% para 61.19%;
Assembleia de Freguesia de Viana do Alentejo
1º - Esmagadora votação do PS, passando de 52.17% para 74.40%;
2º - PCP tem aqui uma enorme derrota, passando de 4 eleitos em 2009 para 1 em 2013;
3º - PSD também tem aqui uma quebra, perdendo 49 votos face a 2009, traduzindo numa redução percentual de 8.56% para 6.30%;
4º - O aumento de votos nulos e em branco aqui é residual;
Dito isto há que dar os parabéns a todos os candidatos, mas naturalmente que terei de realçar os eleitos de entre todos os outros. Felicito todos os eleitos para a Câmara Municipal, para a Assembleia Municipal e das 3 Assembleias de Freguesia e daqui endosso os mais sinceros parabéns ao releito presidente da CMVA, Dr. Bengalinha Pinto por esta expressiva votação e cabal demonstração de confiança dos eleitores do concelho no programa eleitoral por si traçado para estes 4 anos. Ficou demonstrado que quando o trabalho é sério e genuinamente em prol dos municípes e quando se tem uma estratégia clara para o futuro as pessoas acreditam e dão o seu voto de confiança.
Quanto ao PCP, parece-me que errou na estratégia de ir escolher um candidato que vinha de outro concelho com as mais altas responsabilidades, sendo em Alvito, presidente de câmara. Sinceramente acho que as pessoas não acreditam muito na seriedade, mas sobretudo na total disponibilidade e pensamento estratégico de um candidato que no mandato anterior estava à frente dos desígnios de outro concelho. Parece soar um pouco a oportunismo e a jogadas político-partidárias que nos dias que correm pouco abonam para a classe política ( o PCP não se iluda com a vitória em Évora que foi muito mais uma derrota do PS pelo desgaste de 12 anos e de pouco rigor e comprometimento com os seus três programas eleitorais idos a sufrágio do que propriamente uma vitória inequívoca do candidato Carlos Pinto de Sá). E nem o apoio indirecto do BE, através da inclusão de ex-candidatos seus na lista do PCP permitiram evitar a sangria de votos para o PS.
Por último o PSD, que não evitou uma clarissíma derrota no concelho. Não elegeu qualquer candidato, perdendo assim um que tinha na Assembleia Municipal e outro na Assembleia de Freguesia das Alcáçovas. António Costa da Silva actual presidente da Comissão Política Distrital de Évora, por quem tenho muita estima e quem admiro politicamente, arriscou bastante permitindo-se ser candidato à Assembleia Municipal, aposta que viria a perder, aliás, como também na lista apresentada, pela estrutura concelhia, naturalmente confirmada pela distrital do PSD. Não queria repetir o que disse há uns meses atrás quando dei o meu apoio público à candidatura de Bengalinha Pinto e sugeri que o PSD desse apoio a este candidato pela qualidade do projecto e pela ausência de alternativas credíveis, ajudando esta lista a obter uma votação expressiva e evitando nebulosas pelo eventual crescimento do PCP. Disse ainda que o PSD lançando um candidato apenas para cumprir calendário, arriscar-se-ia a ter uma decepcionante votação para não dizer que poderia ter algum resultado proibitivo. Referi ainda que os partidos neste momento devem aproveitar as leituras da sociedade e dos eleitores para ajduar no processo de credibilização da classe política e devem ter a coragem de mudar o status quo das suas elites e da sua orgânica. Pois bem, abordei o óbvio que qualquer cidadão tão bem poderia repetir, mas ainda assim o PSD local preferiu ter a sua agenda, manter a sua candidatura individual e assim marcar uma posição. Pergunto em que lugar parte agora para umas autárquicas em 2017? Fica melhor assim ou teria eventualmente ficado se tivesse preterido de uma candidatura em nome da garantia de qualidade e do apoio a um projecto que parecia ser vitorioso e recheado de estratégia e dinâmica? Ao seguir com esta candidatura que mais não passou da publicação de umas caras pelas ruas do concelho e duns panfletos com um programa avulso, desfasado e pouco exequível, o PSD quis teimar na sua demonstração de força, apenas para consumo doméstico (lutas de poleiro entre distritais e concelhias), deixando uma oportunidade de ouro, pelo menos no concelho e no distrito de aplicar um novo procedimento e assim de honorabilizar os seus representantes, ao apoiar o que parecia fazer mais sentido na luta autárquica de Viana do Alentejo. Os partido políticos e, sobretudo os dois partidos do bloco central devem dar à sociedade civil uma prova de boa fé e de vontade de mudar o que está instituido, fazendo o necessário para credibilizar os candidatos que acolhem e validar as suas candidaturas tornando-as credíveis e vitorisoas. Deixo uma nova pergunta: não ficaria o PSD em melhor posição se tivesse apoiado a candidatura de Bengalinha Pinto, com apoio formal ou implícito à sua lista? Não ficariam todos os candidatos do PSD que foram sujeitos a um vexame dia 29 bem mais satisfeitos com outro projecto e outra força da candidatura que não aqueles que viveram nestas autárquicas onde viram o seu nome apenas como um pro former para cumprir uma candidatura quase fantasma?
O PSD acha que assim se valoriza a luta político-partidária, se credibilizam candidatos e se motiva a sociedade civil para aderir aos desafios eleitorais e a aproximar-se dos partidos para o normal e pleno exercício da cidadania activa?
A mudança também se faz em pequenos gestos e em pequenos sítios, pois quando é feita pelo rigor e pela seriedade esses gestos ganham a dimensão necessária para terem o devido alcance!!
Um abraço a todos,
Frederico Nunes de Carvalho
Visto http://alcacovas.blogs.sapo.pt/