AGUIAR, PODER LOCAL, CIDADANIA E EDUCAÇÃO: CONDIÇÕES PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA VILA MELHOR
Para avançar, é imprescindível conhecer e contar com os diferentes agentes que se comprometem no seu desenvolvimento: as pessoas, a Junta de Freguesia, as instituições educativas e as associações.
Todos os agentes devem contribuir para a consolidação de uma nova e melhor relação entre o poder local e as pessoas. Desta forma, torna-se mais justa e participativa, o que permite um enriquecimento das relações dos habitantes entre si e com o seu meio.
O poder local, exercendo as suas funções em grande proximidade com as pessoas, deve apelar à participação destas, para ganhar maior confiança no exercício das suas atribuições. Os eleitos locais são porta-voz dos interesses da comunidade, têm a responsabilidade directa de dar respostas imediatas às expectativas das populações, que são cada vez mais exigentes. O nosso tempo é marcado por uma crescente exigência de aproximação dos cidadãos, em relação àqueles a quem confiaram, pela eleição, a responsabilidade de resolver os problemas do seu bem-estar e da sua qualidade de vida. É tempo de uma nova ambição das populações, nas decisões que mais directamente as afectam.
Relativamente à vertente social, devem-se consertar esforços no sentido de chegar perto da população, auscultando-a com o intuito de saber os seus interesses e necessidades. Só desta forma, ou seja no contacto directo com as pessoas, se poderá ajudar a minimizar as dificuldades sociais existentes na vila. Deve-se ainda procurar suprimir a falta de informação existente a todos os níveis, potenciando-se o conhecimento e a divulgação das realidades da freguesia. Em articulação com a segurança social, dever-se-á desenvolver a formação gratuita, de forma a aumentar a empregabilidade da população.
Na educação urge que o poder local sinta a necessidade de encarar a escola como um projecto cultural, contando com a participação dos educandos, professores, funcionários, famílias e comunidade envolvente. Uma escola que, no ponto de vista das famílias, seja vista como um elemento fundamental no processo educativo; ou seja, só através de uma articulação entre a escola e a família poderá haver enriquecimento pessoal, curricular e humano da criança. A escola deverá ser incluída no meio onde está inserida, de forma a aproveitar as tradições, os costumes, a história, entre outros, usando como recursos a biblioteca, o centro cultural, os recintos desportivos. Só com esta articulação se pode complementar o processo educativo da criança e criar condições para um maior enraizamento da escola na comunidade.
Na saúde o poder local deve assumir um papel complementar, recolhendo informação dos utentes e das instituições que lhes prestam serviço, para depois melhorar o atendimento na unidade de saúde e possibilitar um atendimento ao domicílio, em colaboração com os Serviços de Saúde. Devem-se conhecer e tratar os dados estatísticos referentes às patologias que afectam a população em geral, tendo em conta a influência que factores como a habitação, o ambiente, os tempos livres e o desporto possam ter na saúde da população.
No desporto, articular a relação entre a Câmara Municipal e as associações, para que seja mais fácil a resolução das questões que são colocadas por estas últimas. Criar condições para a recuperação do Grupo Desportivo e Cultural de Aguiar, sendo este quem mais projectou a vila com os resultados obtidos nos campeonatos de futebol.
No urbanismo, informar a população de todos os passos que estão a ser dados na aquisição/transmissão de imóveis, para que esta possa opinar sobre as mesmas. É necessário abrir um debate público sobre o local da construção do polidesportivo coberto e questionar o porquê do estado de conservação em que se encontra o ringue, que tanto nos orgulha, já que faz parte da história de várias gerações de Aguiar. É justo levantar a questão da construção de duas piscinas cobertas nas freguesias deste Concelho que, ao realizarem-se, vão levantar um precedente, onde se coloca o problema da equidade de tratamento entre as três freguesias. Deve-se ainda procurar as ideias das pessoas sobre a forma de requalificar o Largo 25 de Abril.
Para finalizar, como é do conhecimento da comunidade, irão efectuar-se grandes investimentos do governo central no Distrito de Évora, que irão ser uma mais valia para Aguiar. Assim e para complementar estes benefícios, podia-se equacionar a construção de um centro cultural, com o objectivo muito ambicioso de colocar a vila como pólo de atracção ao nível cultural.
Joaquim António Casquinha