IMPORTAÇÃO DE MÃO DE OBRA ESTRANGEIRA
A região Alentejo vai assistir nos próximos tempos à «importação» de mão-de-obra estrangeira para suprir as necessidades da elevada procura de trabalhadores para os grandes empreendimentos turísticos e o novo modelo agrícola potenciado por Alqueva.
A garantia surge na edição desta quinta-feira do jornal Público, que cita uma das conclusões da Conferência Regional do Alentejo, realizada no dia 23 de Novembro, em Beja, para analisar o impacte do Projecto de Fins Múltiplos de Alqueva na Configuração dos Recursos Humanos do Alentejo.
O presidente do Observatório do Emprego e Formação Profissional (OEFP), Mário Caldeira Dias, que organizou o evento, advertiu, de resto, a este propósito que a cidade de Beja vai ter de assumir, nos próximos tempos, um papel idêntico ao que foi assumido nas cinturas industriais de Lisboa e Setúbal, entre os anos 50 e 70, quando receberam centenas de milhares de alentejanos.
À escassez de recursos humanos, José Pedro Fernandes, docente do Instituto Politécnico de Beja, associa outro problema, patente nos mais recentes dados demográficos referentes ao Alentejo, que decorre da existência de 15,9% de analfabetos, uma taxa de envelhecimento de 17,4% e uma taxa de actividade de 44,6% numa população de 776.585 habitantes (censos de 2001).
Um cenário destes pode vir a espoletar uma «situação social explosiva», adverte, em declarações reproduzidas pelo Público, o docente.
Fonte Diário Digital
Editado por José Luis Rocha